Mulher boa de Garfo

Por Selenita - O Poder da Mulher - Laila Fidelli em 13/06/2022
Mulher boa de Garfo

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Sou uma mulher, como diz o ditado: “Boa de garfo!”. Felizmente, não tenho restrições alimentares, não sou seletiva, gosto de tudo mesmo, aliás, desde a primeira infância, sempre gostei dos mais diversos alimentos: jiló, tomate verde, chuchu, fígado de boi e de frango, muitas verduras, pratos deliciosos que muita gente torce o nariz. Eu já nasci com esse paladar apurado para comida e continua até hoje!

Apesar de todo esse cardápio light, haviam os deliciosos bolos de chocolate com aquela cobertura de chocolate durinha (deu água na boca!) da dona Maria que eram minha perdição! Resumindo: fui uma criança gordinha, daquelas que não usava calça jeans porque não achava nada no meu manequim, a única gordinha da turma e a única que não tinha cabelo liso...

Com esse biótipo, obviamente, não participei de nenhum concurso de miss, corrigindo: participei sim! No 1º. Ano de escola, concurso de Miss Folclore, ganhava o concurso quem mais vendesse cartelas de cupons, não era um concurso de beleza mas tinha direito a desfilar fantasiada no Clube Recreativo (o clube da elite da cidade de Guarulhos/SP), e representei a minha turma porque era a melhor aluna da sala, justo né! Com essa iniciativa, a escola incentivou não a beleza física e sim a intelectual. Óbvio que criança não tem essa compreensão, então fiquei triste por não ter ganhado...

A fase da adolescência, eu continuava sendo a melhor aluna da turma, meus cabelos continuavam crespos, era menos gordinha, mas ainda longe do biótipo “miss” ou Paquita da Xuxa. Durante as brincadeiras, desfile de miss era o preferido das meninas, pelo menos, nesses momentos, eu “às vezes” ganhava um título!

Enfim, quem tem tendência para engordar, tem que conviver com esse drama vida à fora! Comer ou não comer, eis a questão?

Tenho dentro do meu coração, a seguinte verdade: Somos instantes. Nossas escolhas que fazem desses instantes felizes ou não. Comer me faz feliz? Sim! E comer exageradamente como se não houve amanhã? Não, certamente, não me faz bem.

Simples assim! Precisamos parar de complicar e simplificar a nossa vida, e isso vem de dentro pra fora, quem resolve essas questões de peso, de auto estima, somos nós mesmas, não é o padrão lá de fora.

Assim como eu, menina fora do rol de “padrão de beleza da sociedade”, outras meninas passaram pela mesma situação, com todos os bullings e dissabores, mas a vida seguiu e nós também. Alguns quilos nos deixam por um período, depois voltam de outro momento. Porém, aquele brigadeiro que estava lá na festinha sorrindo pra mim, eu comi! Ok, vou falar a verdade, foram 3 brigadeiros, mas não comi a bandeja toda, juro!

Comer é um ato ligado diretamente ao prazer, saciar-se de algo gostoso, que atenda nosso paladar. Mas, temos que ficar atentos aos sinais do corpo, verificar se essa fome não está sendo emocional, como se quiséssemos suprir alguma falta. Aí é alerta vermelho na certa!

Essa situação de fome emocional, ocorreu na vida de muitas pessoas durante a pandemia, o medo de estar passando por uma situação nunca imaginada por nós, sentimentos que acarretaram uma grande ansiedade, um verdadeiro surto no mundo inteiro. E a comida desligou-se do prazer e passou a desempenhar o papel de saciar as necessidades emocionais. Uma fome que só tem fim quando se trata o emocional.

Regra básica: comer precisa estar associado ao prazer, é um ato divino, de momentos e sentimentos inesquecíveis, jamais algo ligado à tristeza, medo, frustração.

Amigas, se perceberem algo assim, momento de fechar a boca e pedir ajuda para que não fuja do seu controle. A compulsão é de dentro pra fora, e fora, não é somente os muitos quilos à mais, são as comorbidades que acompanham essa situação tão delicada.

Existem muitos casos de mulheres que optaram pela cirurgia bariátrica, devido a diversas comorbidades, baixa estima, e acabaram voltando aos quilinhos extras, ou pior ainda, desenvolveram a bulimia. Esquecem que antes de mais nada, precisam ajustar suas emoções, a comida foi coadjuvante, mas o personagem principal somos nós mesmas. É necessário fazer as pazes com o espelho, mas não é esse espelho do banheiro, é o espelho da alma, aquele que olhamos e nos aceitamos, ou mudamos nossas atitudes para nos tornarmos o ser humano que almejamos.

Como já mencionamos anteriormente, a mulher pode ser tudo aquilo que ela quiser. Quem dá esse start, é ela mesma. Sempre há uma escolha a fazer, e sempre há mudanças a promover. Seja gordinha ou magrinha, o importante é que esteja de pazes com o espelho, que se olhe e se enxergue o quanto é incrível. Que a bagagem aí de dentro é mais valiosa do que a embalagem de fora, que vai se definhar com os anos e você vai ter que conviver com isso também. Momento de compreendermos que verdadeiros tesouros, nossa fonte de beleza sem fim, é o que nós somos realmente, fruto de todo conhecimento, experiência, conquistas, aquilo que reflete a quilômetros de distância e que nem o tempo corrói.

Até mais!!!

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