Judas e o Messias Negro

Por Remoto Controle -Jessé Costa em 15/11/2021
Judas e o Messias Negro

No mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra, nada melhor que uma sugestão de filme que nos faça conhecer mais e melhor a luta do povo negro por igualdade. Mas não é qualquer filme, Judas e o Messias Negro, disponível na HBO Max, nossa indicação para esse mês, concorreu à cinco categorias no Oscar 2021, inclusive melhor filme, e conquistou duas estatuetas, Melhor ator coadjuvante (Daniel Kaluuya) e melhor canção original. Mesmo assim, em minha opinião, não recebeu a divulgação merecida.

O filme, baseado em fatos reais, se passa na década de 1960, auge da luta por direitos civis,  e narra a história de dois personagens importantes da história do movimento negro estadunidense, Fred Hampton (Daniel Kaluuya), jovem líder dos “Partido dos Panteras Negras” e, como a trajetória humana não é feita só de heróis, de William O’Neal (LaKeith Stanfield), o Judas.

É interessante aproveitar para refletir sobre as diferenças entre o racismo estabelecido nos EUA e no Brasil, já que lá o governo adotou uma política segregacionista oficial, enquanto que aqui se pregava o falso mito  da igualdade racial. Por sua vez, essas diferenças político-culturais, levaram os movimentos antirracistas a planejar respostas diferentes, como no caso do “Partido dos Panteras Negras” que ao mesmo tempo que construíram uma rede escolas e distribuição de alimentos, organizaram um exército armado para auto defesa contra a violência dos brancos. Por outro lado, a traição não foi privilégio dos Panteras. Para quem conhece um pouco da nossa resistência à ditadura militar, ao assistir o filme, vai lembrar do tristemente famoso “Cabo Anselmo”, traidor, que além de delatar seus companheiros, foi covarde o suficiente para entregar a tortura e a morte sua noiva ainda grávida.

 

Comentários

  • Gostei da resenha. Vou ver este filme.
    SALETE
    16/11/2021
Aguarde..