Igualdade

Por Psicologia em Arte - Luciane Brito em 19/04/2023
Igualdade

Deveres e Direitos Contribuem para a Saúde Mental

 

Em tempos de expansão digital e avanço tecnológico ainda vemos a luta para que sejam cumpridos os direitos preconizados na Constituição:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Fato este que levou o Presidente da República no ano de 1989 sancionar a lei 7.716:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

 

O princípio da não discriminação reza que: “É proibida a discriminação em razão, designadamente, do sexo, raça, cor ou origem étnica ou social, características genéticas, língua, religião ou convicções, opiniões políticas ou outras, pertença a uma minoria nacional, riqueza, nascimento, deficiência, idade ou orientação sexual.”

Mas ao invés disso o que temos visto é a luta pelo empoderamento feminino, as justificativas para o racismo recreativo, o avanço dos golpes cibernéticos e cada vez mais o cenário da intolerância e do não respeito evidencia-se através de terminologias tais quais: sexismo, etarismo, etarismo sexista, apagamento queer, estupro virtual e, tantas outras que ressaltam o preconceito e a discriminação. Contudo, é preciso lembrar que o meio é um dos fatores preponderantes na construção de princípios e valores, a partir também de onde tem se formado algumas bolhas de razão soberana impedindo a percepção de que além daquela fronteira há tantas outras portas, janelas e caminhos a serem considerados.

 

Leis, regras são fundamentais para evitar-se o caos, contudo para se chegar a elas estudos foram feitos, não ao bel prazer individual. E daqui dessa suposta individualidade um vilão cresce: o egoísmo; existem níveis diferentes de egoísmo, sendo que não só aqueles que convivem com um egoísta sofrem, mas também o próprio egoísta em face dos distanciamentos que são evidenciados nas relações construídas e até desejadas.

 

E assim, tendem a chegar aos consultórios de psicologia e de psiquiatria, afinal viver em rupturas recorrentes não deve ser objetivo presente nas relações interpessoais.

E para quem aceita dar esse primeiro passo em busca de ajuda, relevante saber: - são deveres fundamentais do psicólogo: “trabalhar visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuir para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

Será que além de leis e regras, a arte não tem um caráter eficaz e fundamental no processo da reflexão e no processo de mudança? Por isso, hoje convido-os a pensar sob a ótica da arte musical. Caetano Veloso na canção Podres Poderes nos faz uma excelente pergunta: “Será que apenas os hermetismos Pascais, os tons, os miltons, seus sons e seus dons geniais nos salvam, nos salvarão dessas trevas e nada mais? E Raul Seixas que na canção Porque os Sinos Dobram, já nos alertava que: “nunca se vence uma guerra lutando sozinho e que é muito mais fácil achar que a culpa é do outro, evita o aperto de mão de um possível aliado”.

Quanto mais preconceito, discriminação mais fragmentada fica a força humana, mais guerras são iniciadas.

 

Ora, ora, se notas musicais já não traduziam a união através de Gilberto Gil que singelamente em Super-Homem (A Canção), assim como Pepeu Gomes em Masculino e Feminino, expressam a representatividade da pessoa como ser único, como cidadã(o) do mundo, da sociedade e, o que é belo de se ver: - independente de quaisquer atributos que designem superioridade.

Para o neurologista Oliver Sacks: - a música se apossou de muitas partes do cérebro humano.

A reflexão indiscriminadamente cabe a todos, haja visto que o sofrimento pode surgir para aqueles que discriminam e não só para quem é discriminado, afinal toda ação tem uma reação. Mais cedo ou mais tarde pode aparecer o sentimento de culpa, que pode estar ligado a sintomas da depressão e também da ansiedade; o diagnóstico de pessoas com transtorno explosivo intermitente pode começar na infância ou adolescência e acarreta comportamentos agressivos; comportamentos que a cada dia são presenciados: no trânsito, nos relacionamentos, na fila do supermercado, nas salas de espera.

Comportamentos inadequados sugerem atenção aos transtornos mentais.

 

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