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A inspiração desse mês para o Blog Selenita, foi uma postagem no Instagram, indicada pelo meu marido. O post era sobre a Cleópatra e destacava sua cultura e educação, uma personalidade bem diferente daquela retratada nos filmes. Porém, o que mais me chamou atenção, foram os comentários preconceituosos, para variar, dos “machistas de plantão”, segundo os quais, ou a mulher é bonita ou é inteligente.
Afinal, qual a verdadeira face de Cleópatra?
Considerada a última rainha do Egito, pouco restou de palpável para os historiadores, pois a vida de Cleópatra foi baseada Alexandria, uma cidade hoje submersa, de difícil acesso, para que possam descobrir detalhes completos de como foi a sua vida.
Elizabeth Taylor
A Cleópatra de Hollywood, representada por belas atrizes, entre elas, Elizabeth Taylor. Pele branca, olhos azuis, cabelos negros lisos... Características diferentes de uma mulher egípcia da época em que viveu Cleópatra, oriunda de terras africanas. A rainha de etnia mista, cuja história contada pelos romanos, os mesmos que derrotaram o império egípcio, Cleópatra havia sido uma mulher linda e sedutora, roteiro perfeito e recheado de futilidades e erotismo, para vender e arrecadar bilhões.
Uma das filhas legítimas do rei Ptolomeu XII, com a morte de seu pai, não pôde assumir o trono por ser uma mulher, e assim, segundo as leis, a sucessão do trono passou para o irmão de 10 anos Ptolomeu XIII.
Imaginem a seguinte situação: seu pai tem uma empresa, você é a única filha que conhece o funcionamento dessa empresa, tem capacidade e competência para administrá-la, mas mesmo sendo herdeira, por lei, não tem o direito de exercer essa administração por ser uma mulher, passando assim essa função para terceiros sem menor qualificação. Foi exatamente isso que aconteceu com Cleópatra.
Essa capacidade de governar o Egito não era apenas algo nato na jovem, ela era esforçada, à frente de sua geração. Uma mulher com sede insaciável pelo conhecimento, absorveu tudo que pôde, todos os conhecimentos até então conquistados por gerações, obviamente, que a quantidade de material para estudo era bem menor do que temos hoje, estamos falando de início dos tempos. Transformando-se em uma das figuras mais intelectuais de sua época: poliglota, cientista, escritora, alquimista, matemática, historiadora, diplomata e principalmente, um poder político, de persuasão e liderança.
Apenas duas figuras masculinas foram destaques em sua vida amorosa, afinal, ela não tinha muito tempo para isso, era uma mulher focada nos estudos! O primeiro deles, foi o general romano Júlio César, aliado na batalha contra seu irmão que até então já havia se tornado rei. Cleópatra, junto com seu amado, liderou um exército em busca de seu sonho, o trono egípcio. Desse romance, que não durou muito, nasceu seu primeiro filho Cesarião (Ptolomeu XV), e que não teve reconhecimento paternal. Cleópatra, foi mãe solteira sim, fato esse que manchou ainda mais sua reputação como mulher.
Após a morte de Júlio César, em uma batalha. Cleópatra foi em busca de um novo aliado para manter o seu poder. Os aliados, de preferência romanos, era a melhor estratégia de manter o poder, principalmente, se fosse o poder em mãos femininas.
O poder romano estava nas mãos do até então general Marco Antônio. O general que era casado, ao conhecer Cleópatra, devolveu a esposa à família de origem e casou-se com a rainha egípcia. O relacionamento entre eles, estendeu-se até o final de suas vidas. E do fruto desse romance, nasceram três filhos.
Por esse pequeno relato, obviamente, podemos notar o destaque dessa grande mulher e por que os romanos que, por fim conquistaram o território egípcio, procuraram abafar todos os feitos da rainha que adorava ficar em seu laboratório, testando, inventando, descobrindo.
A última rainha do Egito, governou de 51 a 30 a.C., e trouxe muita abundância ao seu povo. Ela morreu muito jovem, logo após a morte de seu amado Marco Antônio. Mas com certeza, Cleópatra foi uma mulher símbolo de empoderamento feminino, muito à frente do seu tempo, lutou pela igualdade de gênero, não contentou em ser apenas um objeto de procriação, estudou e lutou pelo poder de governança, usando suas maiores e melhores armas: o conhecimento e a liderança.
