A Luta da Mulher Brasileira pela Educação e Cidadania

Por Selenita - O Poder da Mulher - Laila Fidelli em 24/02/2022
A Luta da Mulher Brasileira pela Educação e Cidadania

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Daqui a alguns dias será comemorado o Dia Internacional da Mulher, não há como nos depararmos com essa data sem mergulharmos em um processo de reflexão, o que exatamente temos à comemorar?

Comemorar? Sim! Mesmo diante de uma luta árdua, não podemos deixar de lado as conquistas, afinal, muitas irmãs, batalharam bravamente conquistando direitos que hoje desfrutamos.

Na minha humilde opinião, o maior deles, foi o direito ao aprendizado. Uma pessoa que não alfabetizada, é uma pessoa cega, mergulhada na escuridão da ignorância. O conhecimento é a chave mestra para tirar a humanidade das trevas, do orgulho, do egoísmo. Toda guerra, fome, derramamento de sangue, é pela falta de conhecimento, o conhecimento no seu mais amplo sentido, das leis divinas.

Em outubro de 1827, as mulheres foram autorizadas a ingressar o colégio e estudarem além da escola primária. E em 1879, o acesso à universidade. Quantos acontecimentos de lá pra cá! Dores e conquistas! A mulher sabe que pode ser tudo aquilo que quiser, mas... a estrada não é linda e verdejante... o caminho a percorrer é longo e repleto de preconceitos e inúmeros desafios.

 

Falando ainda em educação e direito à cidadania, no Brasil, o primeiro partido político criado por mulheres o PRF ( Partido Republicano Feminino) surgiu em 1910, antes mesmo do direito ao voto, que foi concedido apenas em 1932. O PRF fundado pela professora Leolinda Daltro e mais 27 mulheres, lutava pela emancipação da mulher brasileira e sua independência. Além disso, seu estatuto abrangia a necessidade de estudar, resolver e propor medidas a respeito do papel da mulher na sociedade e estender à mulher os direitos constitucionais da República para, enfim, incorporá-la na sociedade brasileira. 

 

 

"No Rio Grande do Norte poderão votar e ser votados, sem distinção de sexos, todos os cidadãos que reunirem as condições exigidas por esta lei", diz o texto da Lei Estadual 660, de 25 de outubro de 1927, conforme registro do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN).

Rio Grande do Norte, foi o estado pioneiro em garantir o direito da mulher ao voto e a serem votadas também, elegendo assim, a primeira prefeita, Alzira Soriano, na cidade de Lajes. Notícia de grande repercussão que foi destaque no New York Times. A primeira eleição onde uma mulher brasileira exerceu sua cidadania aconteceu 4 antes de ser incluído o direito ao voto no código eleitoral brasileiro.

Na época, o governador potiguar José Augusto Bezerra de Medeiros justificou a assinatura da lei 660 com base em uma leitura atenta da Constituição vigente, de 1891, que não fazia distinção entre homens e mulheres em relação ao direito ao voto.

"A Constituição fala apenas em cidadãos, não distinguindo se é homem ou mulher", afirmou ele.

No mesmo ano que entrou em vigor da Lei 660, a professora Celina Guimarães Viana, de Mossoró (RN), requisitou seu título eleitoral, tonando-se oficialmente a primeira eleitora brasileira.

Em seu mandato, Alzira Soriano enfrentou diversos problemas em uma sociedade extremamente machista, não faltaram críticas e até ofensas pessoais de seus adversários. Sua personalidade forte ajudou a se impor e a conquistar o respeito diante de sua habilidade e competência na administração da pequena cidade de Lajes. Renunciou ao mandado com o início da era Vargas e retomou à política em 1945 conquistando 3 mandatos como vereadora de sua cidade.

Porém, mesmo que ainda tímida, a presença vem ganhando força e a representatividade feminina é extremamente necessária quando pensamos nas lutas pelos direitos das mulheres como cidadãs, como seres humanos que travam uma luta contínua contra o preconceito, exclusão e violência.

 

 

Comentários

  • Sempre bom exaltar figuras q merecem o nosso respeito e gratid
    Yone Chagas
    24/02/2022
  • Parab
    Andréa Gritti
    24/02/2022
Aguarde..